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Menino de ouro: Thomaz Zona e o universo da arte

O programa Periferia no Ar retorna em grande estilo, com a participação especial do artista visual Thomaz Zona


por Carol Seemann

foto: Lucas Dias @luccao


Nascido e criado na Cidade Tiradentes, Thomaz direciona seu trabalho para retratar cenas do cotidiano, criando uma arte que vai além da decoração, despertando reflexões profundas sobre a sociedade e as condições humanas. Ele se expressa por meio de pinturas em telas, muros e vídeos que documentam a produção de grafite e outras obras.


Recentemente, Thomaz expôs seu trabalho no Sesc Itaquera, durante o Sarau Noiz por Noiz. Ele relembra: “Pra um cara que não tinha quadro em casa, eu comecei a pintar”. A falta de pinturas e referências artísticas em seu lar foi o impulso para suas primeiras experiências com as telas.


Seus primeiros traços surgiram nas carteiras da escola e nos rabiscos dos cadernos, inspirado pelos tios. Mais tarde, foi incentivado por um professor que reconheceu seu talento para o grafite, momento em que Thomaz percebeu a extensão de seu dom.


Um marco em sua trajetória foi uma aula sobre ética e cidadania, que o despertou para uma consciência sociopolítica, refletida em sua arte desde então.


Thomaz menciona a escritora Carolina Maria de Jesus como uma grande inspiração. Ele conta que, ao conhecer a história da autora, se conectou com a essência de nunca abandonar a arte, mesmo diante das dificuldades. Com isso em mente, ele se compromete a pintar todos os dias, tendo como meta viver em função do seu sonho.


Apesar de seus pais desejarem uma profissão mais tradicional para ele, Thomaz encontrou na família e nos tios, que sempre exibiram um talento artístico, a motivação para seguir seu caminho. Ele defende que artistas da periferia não deveriam ter que escolher entre sua arte e pagar as contas, pois essa escolha faz com que muitos talentos sejam perdidos. Embora tenha passado por empregos formais, nunca deixou de lado seus cadernos de rabiscos. Foi essa persistência entre dividir seu sonho e a realidade que o levou a se estabilizar na arte. Hoje, Thomaz conta com seu próprio espaço de criação, o Ateliê dos Favelados.


Seu personagem principal, chamado de “menino de ouro”, é um reflexo de si mesmo, e Thomaz deseja expandir essa figura para outras mídias, como filmes e animações.


Durante sua participação no programa, o Periferia no Ar foi presenteado com uma pintura baseada em uma fotografia de uma quebrada, uma imagem que ressoa com aqueles que a conhecem.


O sonho de Thomaz é ver todos com melhores condições de vida, para que as pessoas “não deem certo porque não querem, e não por falta de oportunidade”. Além disso, como artista, ele almeja um dia sua obra exposta no Louvre, e como ele mesmo afirma, ele não abre mão de sonhar.


Para 2025 o artista projeta construir um beco de arte na quebrada, hoje chamado de beco do crime, sua ideia é revitalizar a periferia com arte, além de estar aberto para diversos outros projetos.


Para acompanhar Thomaz em sua trajetória, siga @zonathomaz.


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