por Carol Seemann
foto: reprodução @conceicaoevaristooficial
No último sábado, em 16 de setembro, a União Brasileira de Escritores (UBE) honrou a escritora Conceição Evaristo ao conceder-lhe o Troféu Juca Pato 2023 de "Intelectual do Ano", tornando-a a primeira mulher negra a receber essa distinção. A competição incluía outros notáveis como Maria Villani, Marilene Felinto, Martinho da Vila e Pedro Bandeira. Este prêmio, uma das honrarias mais veneradas do Brasil, foi estabelecido em 1962 por iniciativa do escritor Marcos Rey.
Conceição Evaristo, natural de Minas Gerais, foi agraciada com o troféu por sua obra "Canção para ninar menino grande" (Ed. Pallas). Para se qualificar para esse prêmio, é necessário que a pessoa tenha publicado pelo menos um livro no Brasil no ano anterior e tenha se destacado em qualquer campo do conhecimento. A cerimônia de premiação está agendada para novembro, como parte do Festival Literário de Itabira, em Minas Gerais.
O Padre Júlio Lancellotti, vencedor da edição de 2022, terá a honra de apresentar o troféu a Conceição Evaristo. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, está sendo convidada para participar dessa homenagem.
Conforme as regras do Troféu Juca Pato 2023, a personalidade eleita como "intelectual do ano" também deve ter contribuído para o desenvolvimento e a reputação do país, enquanto defende os valores democráticos e republicanos.
A obra pela qual Conceição Evaristo recebeu o prêmio narra as vivências de mulheres negras com o personagem Fio Jasmim.
Em 2019, esta escritora, que foi reconhecida inúmeras vezes, foi escolhida como a 'Personalidade Literária do Ano' no Prêmio Jabuti. Ela é conhecida por introduzir o conceito de "escrevivência", uma forma de escrita que emerge da experiência cotidiana, das realidades pessoais e da história de lutas.
Conceição Evaristo fez sua estreia na literatura em 1990 com contos e poemas na série 'Cadernos Negros'. Seu primeiro romance, 'Ponciá Vicêncio', publicado em 2003, aborda questões de discriminação racial.
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